Cinema e Série
Filme retrata história da única sobrevivente de acidente aéreo na Rússia nos anos 80
Em 1981, uma passageira sobreviveu a uma colisão entre um avião comercial e um bombardeiro soviético
O longa conta a história real de Larisa Savitskaya, que voltava de lua de mel com o marido. Seu avião colidiu no céu com um bombardeiro Tupolev 16K. A moça de 20 anos na época, sobreviveu a uma queda de 5.220 metros, oito minutos de descida e choques da fuselagem em uma floresta, sobrevivendo por 3 dias, até ser resgatada. Ela foi a única sobrevivente do acidente.
O que ela viria a descobrir anos depois, na queda da União Soviética, é que o governo escondeu a história, tornando o caso sigiloso. Por isso, esse acidente é pouco conhecido na história mundial. Houve um duplo erro: os pilotos não foram avisados da rota dos bombardeiros e o controlador da base militar negligenciou aeronaves pelo radar. A sobrevivente disse que vários acidentes como este aconteceram pelo país, sendo as famílias silenciadas pelo governo.

Como o filme “A Única Sobrevivente” retrata a história de Larisa Savitskaya?
Depois, o embarque é realizado, também mostrando a história de um outro passageiro…um pai que iria rever a família depois de um mês distante, tudo isso para ajudar a reforçar a tragédia em si. A cena do acidente em si gera angústia, achei bem realizada visualmente, apesar de não sabermos ao certo como a ação se desenvolveu na vida real.


A narrativa se desenvolve de forma a prender o espectador, mostrando principalmente a resiliência de Larisa ao aguentar dias de sobrevivência na taiga russa ao meio de flashbacks de sua vida com seu marido, que a ajuda a sobreviver, já que a ensinou alguns truques de sobrevivência.
Além da sobrevivência impressionante da jovem Larisa, o filme também lança luz sobre um capítulo sombrio da aviação soviética: o silêncio e a negligência do governo diante da tragédia. O acidente foi rapidamente abafado pelas autoridades, que preferiram manter a narrativa do regime intacta a oferecer respostas às famílias das vítimas e à população.
Investigações foram conduzidas com pouca transparência, e a sobrevivente, em vez de ser acolhida, enfrentou o peso do trauma praticamente sozinha, sem apoio psicológico, reparações públicas ou reconhecimento oficial. O filme escancara essa ausência do Estado, transformando uma história de resistência pessoal em denúncia histórica.
Apesar de algumas cenas de ação, o filme possui mais o tom melodramático para conduzir a narrativa. As imagens do casal junto com a trilha sonora, principalmente nas cenas finais, causa uma certa comoção, trazendo a noção real de como é doloroso perder alguém amado e ainda de forma tão trágica. No fim do filme, a personagem real fala um pouco sobre os acontecimentos – quando ela disse ao marido para comprar a passagem no dia 25 de agosto mas ele comprou no dia 24, porque não tinha passagem (ironia do destino) e de seus planos incompletos com o marido, trazendo mais emoção à tona.